terça-feira, 15 de novembro de 2016

Remanescente de supernova na Grande Nuvem de Magalhães

Resultado de imagem para DEM L 190


Lembrando nuvens de fumo e faíscas de fogo de artifício, estes delicados filamentos na imagem ao lado são, na verdade, finas camadas do que sobra de um remanescente de supernova na Grande Nuvem de Magalhães
 – uma pequena galáxia satélite da Via Láctea, visível no hemisfério Sul. 

Denominado N 49, ou DEM L 190, este remanescente de supernova teve origem numa estrela
 de massa elevada que morreu com uma explosão de supernova, cuja luz chegou à Terra há milhares de anos. Este material filamentar irá eventualmente ser reciclado nas novas gerações de estrelas na Grande Nuvem de Magalhães. O nosso Sol e os planetas do nosso Sistema Solar também se formaram a partir de restos de supernovas que explodiram na Via Láctea há milhares de milhões de anos. 

Nesta estrutura reside um pulsar - uma estrela de neutrões que roda - que poderá ser o que resta da explosão da supernova. É bastante comum que o núcleo de uma estrela que tenha explodido como supernova se torne um pulsar, depois de ter expelido as camadas mais externas. No caso de N 49, a estrela de neutrões
 completa uma rotação em 8 segundos e possui um campo magnético muito intenso: mil biliões de vezes o campo magnético da Terra. Estes dois factos colocam-na na classe exclusiva de objectos chamados magnetares. 

A 5 de Março de 1979, este pulsar deu origem a um episódio histórico de uma fulguração
 de raios gama que foi detectado por diversos satélites a orbitarem a Terra. Os raios gama têm mais de milhões de vezes a energia dos fotões da luz visível. A atmosfera da Terra protege-nos ao bloquear os raios gama que vêm do espaço. O pulsar de N 49 teve várias emissões de raios gama subsequentes e é hoje reconhecido como um “repetidor de raios gama moles”. Estes objectos são uma classe peculiar de estrelas que produzem raios gama que são menos energéticos do que os emitidos pela maioria dos emissores de fulgurações de raios gama


O pulsar de N 49 também emite em raios-X (radiação com energia ligeiramente inferior aos raios gama moles
). Observatórios espaciais de alta resolução de raios-X conseguiram resolver uma fonte pontual perto do centro de N 49, a provável contrapartida em raios-X do repetidor de raios gama moles. Também são visíveis em raios-X filamentos difusos e nódulos ao longo do remanescente de supernova. Os filamentos visíveis na imagem do óptico representam a onda de choque a varrer o meio interestelar e as nuvens moleculares densas vizinhas. 

Hoje, N 49 é o alvo de investigações lideradas pelos astrónomos Y. Chu, da Universidade de Ilinóis em Urbana-Champaign (EUA), e R. Williams, da Universidade de Massachussetts (EUA). Os membros desta equipa científica estão interessados em compreender se pequenas nuvens do meio interestelar da Grande Nuvem de Magalhães podem ter um efeito marcante na estrutura física e na evolução deste remanescente de supernova. 

Fonte da notícia: http://hubblesite.org/newscenter/archive/2003/20/image/a

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